Introdução

Toda sociedade vive em função de sua união. As guerras podem ser consideradas como um meio de defender os interesses políticos e expansionistas de  um ou de mais grupos, pequenas elites que controlam  as riquezas dos países. Porém em uma análise mais profunda, tudo começa a partir da idéia de território e de nação. Território era considerado(e, em alguns lugares ainda é considerado) como fonte de poder e riquezas,  isso fez nascer um espírito de conquista e ambição na mentalidade humana, que ocasionou em uma completa relação de “guerra-poder”. Nação é considerada como um agrupamento de seres com uma mesma cultura, língua ou passado histórico muitas vezes preso a um território, mas essa idéia de grupos começou a disseminar ódio e guerras pelo mundo, destruindo o que temos de comum, a nossa humanidade. A guerra também virou uma ferramenta de controle de terror, desde as primeiras batalhas na Grécia até os avanços nazistas pelo interior da Polônia, pessoas e governos mal intencionados começaram a pregar uma desunião entre homens, ou por benefícios próprios ou por ideologias segregacionistas. Muitas campanhas levaram à morte milhões de indivíduos, e esses seres que morreram são pessoas, homens como nós. Definindo o conceito guerra, como atualmente é definido, podemos analisar o general e teórico militar prussiano Carl Von Claseuwitz que enunciou, “guerra é a continuação da política por outros meios”, porém, será que esses conflitos que ocorrem desde a formação dos Estados-Nações podem ter mudado a história do mundo? A resposta é sim, mas quais foram os mais importantes?

Published in: on th-03:0030-03:0009bsex, 07 set 2007 16:04:38 -03002007 09, 2007 at 09:11 -03:0009  Comments (8)  

Guerras Médicas

Batalha de Salamina

Dentre os conflitos da idade antiga, as guerras entre gregos e persas, apresentam uma grande importância pra a história do mundo ocidental. Elas ocorreram em razão da disputa das terras da Ásia Menor (atual Turquia), rica em cereais e especiarias. Dário, rei dos persas, decretou que todas as colônias gregas naquela região deveriam pagar tributos à Pérsia. Essa atitude provocou uma revolta das colônias que auxiliadas por Atenas foram contra o poder desse rei. Assim, começaram as longas lutas entre gregos e persas (representando o Ocidente e o Oriente), conhecidas pela designação de Guerras Médicas. Em sua primeira investida, Dário, desembarca na planície de Maratona (490 a.C.) com uma tropa de 60.000 soldados, e tem-se o início uma feroz batalha contra 12.000 gregos, comandados pelo general Milcíades. A superioridade numérica oriental foi barrada pelas poderosas e bem treinadas tropas ocidentais, fazendo os persas recuarem. O contra-ataque foi realizado dez anos depois do fracasso de Maratona por Xerxes, filho de Dário, agora com uma grande frota e centenas de batalhões que avançaram sobre o norte da Grécia, devastando tudo que encontravam, porém não ultrapassaram o litoral, pois necessitavam de grande quantidade de alimentos e armamentos. Em frente ao desfiladeiro de Termópilas, o enorme exército de Xerxes encontra 1.300 inimigos (300 espartanos e 1.000 acadianos), que apesar de estarem em menor número causaram muitas perdas aos orientais. O único modo de continuar o avanço foi uma passagem secreta por entre os desfiladeiros que direcionou para o flanco helênico. Com a vitória em Termópilas, parecia que nada mais poderia impedir as forças de Xerxes, até que, em um golpe de estratégia, os gregos esmagam a tropa persa na batalha de Salamina. Com a sua fonte de soldados e suprimentos arrasada, o império persa capitulou.

Caso os gregos não houvessem vencido, possivelmente o seu legado nas áreas da retórica, Dialética, Ciência, Filosofia e Matemática não seria transmitido por gerações até hoje e as bases políticas e jurídicas do mundo ocidental contemporâneo não seriam as mesmas.

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  à Filmes Recomendados:

        ·  Os 300 de Esparta; de Rudy Mate e George St. George.

        ·   300; de Zack Snyder.

       à Livro Recomendado:

        ·  Os 300 Espartanos; de Miller, Frank.

 

Published in: on th-03:0030-03:0009bsex, 07 set 2007 16:03:23 -03002007 09, 2007 at 09:11 -03:0009  Comments (61)  

Guerras Púnicas

batalha de canas 

No século III a.C., Cartago era a principal potência do Ocidente, controlando boa parte do comércio e do território do Mediterrâneo, enquanto Roma era uma província de base agro-pastoril mas que nos últimos tempos vinha obtendo sucessivas vitórias militares e já chegava a controlar toda a península Itálica. Estava claro que em algum momento as ambições expansionistas das duas iriam se cruzar, e foi o que aconteceu em 264 a.C., quando Messina se viu atacada por siracusanos, aliados de Cartago. Para combatê-los, os messínios pediram ajuda a Roma que devido a sua estratégia militar e por ter conseguido, durante o conflito, ter acesso à tecnologia naval cartaginense, venceu os combates que ficaram conhecidos como Primeira Guerra Púnica. Para se recuperar financeiramente da derrota, os cartagineses conquistaram minas de prata na Espanha, e em um plano audacioso o general púnico Aníbal toma Saguntum, aliada romana. Roma então declara guerra novamente a Cartago. Logo após, Aníbal parte da península Ibérica com um exercito de mercenários e de 37 elefantes, e depois meses de marcha, com sua tropa já bastante defasada pelas intempéries e pelo rigor da caminhada, chega a Bacia do Pó e mesmo assim derrota as forças romanas em três batalhas: Rio Trebia, Tracimeno e Canas, todas grandes demonstrações da genialidade de Aníbal. Roma adotou uma postura defensiva após essas derrotas, não atacando o inimigo e deixando que vagueasse livremente pelo seu território, fazendo assim que a maioria das forças cartagineses, composta principalmente por mercenários, debandasse. Enquanto isso, Roma planejava vingança. O general Cipião II marchou com suas legiões até a Espanha, onde conquistou as principais colônias púnicas, cortando assim a fonte financeira de Cartago. Logo depois, atacou a capital cartaginense superando as forças locais na batalha das grandes planícies. Percebendo a derrota iminente, o governo púnico chamou Aníbal e o resto de suas tropas para lutarem na batalha de Zama na qual, apesar de seus esforços, Roma obteve vitória. Destituídos de suas colônias e de sua frota naval, Cartago se voltou ao cultivo de seu fértil solo e em pouco tempo sua produção de trigo já fazia concorrência aos cereais romanos. Usando como pretexto o ataque cartaginense a Númidia, Roma atacou Cartago e dessa vez sua investida foi devastadora: a cidade foi saqueada, incendiada e sua população escravizada, dando fim ao império fenício e à Terceira Guerra Púnica.

A vitória romana nas Guerras Púnicas, que duraram mais de um século, foi decisiva para o estabelecimento do império, cujo legado persiste até os dias de hoje em muitas áreas do pensamento e do trabalho humano, como na política, na economia, na organização militar e jurídica e até mesmo na área religiosa. Só para se ter uma idéia, a oficialização da Igreja Católica e de muitos de seus fundamentos foi feito pelo governo romano.

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  à Filme Recomendado:

           ·  Aníbal, O Pior Pesadelo de Roma.

        à Série Recomendada:

        ·  Construindo Um Império (Cartago); do History Channel.

        à Livro Recomendado:

        ·  Aníbal; de Leckie, Ross.

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Cruzadas

Cristãos matandos os mulçumanos

No século XI, os árabes (mulçumanos) dominavam Jerusalém, conhecida como Terra Santa pelos cristãos (devido a Jesus ter vivido neste local), eles deixavam que os cristãos realizassem suas peregrinações à Jerusalém, porém, no fim deste século, os turcos seldjúcidas, povo que veio do Ásia central conquistaram esta e outras terras do Oriente Médio, como estes eram convertidos também ao islamismo, porém muito mais intolerantes que os árabes nas questões religiosas, proibiram os cristãos de realizar suas peregrinações na Terra Santa. Em 1095, a resposta da Igreja veio com o papa Urbano II, convocando os fiéis para expedições militares com o objetivo de conquistar a Terra Santa e de combater os inimigos do cristianismo, isto deu início ao movimento das Cruzadas. Por trás desse interesse, houve outros, indiretamente, como recuperar a influência da Igreja no território bizantino, conquistar mais terras para os nobres, expandir a área de influência do catolicismo e ampliar as rotas mercantis no Oriente para as cidades comerciais da península itálica, como Veneza e Genova.

Em 1096, partia a Primeira Cruzada, formada por cavaleiros da nobreza, conseguiu conquistar Jerusalém e algumas terras no Oriente formando o reino de Jerusalém em moldes feudais. A Segunda Cruzada foi feita após os turcos reconquistarem Jerusalém, porém esta foi um fracasso, pois houve muitos desacordos entre seus comandantes. A Terceira Cruzada, conhecida como Cruzadas dos Reis, não conseguiu atingir seus objetivos militares, porém conseguiu por meio de acordos diplomáticos com os turcos, a autorização para os cristãos realizarem suas peregrinações. A Quarta Cruzada, comandada pelos comerciantes venezianos, tinha como objetivo combater os mulçumanos no Egito. Durante esta cruzada, os cruzados ajudaram o príncipe bizantino a tomar o poder em troca das rotas comerciais de Constantinopla, cumprindo sua parte do contrato os fiéis pediram as rotas, porém o príncipe não cumpriu a sua parte, portanto os cruzados o tiraram do poder e ainda saquearam Constantinopla. A Quinta Cruzada não obteve sucesso, pois as enchentes do rio Nilo evitaram sua continuação. Na Sexta Cruzada, os cristãos conseguiram com que os turcos entregassem Jerusalém, Nazaré e Belém, porém em 1244 os turcos retomaram a Terra Santa. A Sétima Cruzada foi comandada por Luís IX, porém os cruzados foram impedidos de avançar por causa da enchente do rio Nilo, mais tarde ele organizou a Oitava Cruzada embora com sua morte, a cruzada foi suspensa.

As cruzadas fizeram com que o comércio renascesse, assim provocando o desenvolvimento das cidades; expandiram o comércio, com a abertura de novas rotas mercantis no Oriente; criaram uma nova classe social, a dos burgueses; fizeram com que entrasse mais moedas na Europa e que surgisse a idéia do racionalismo econômico, os senhores feudais começaram a pensar no mercado consumidor, por isso aumentaram sua produção, esses impactos foram os que provocaram a crise no feudalismo.     

               à Filmes Recomendados:

  • As Cruzadas; de Cecil B. DeMille.

  • Cruzada; de Ridley Scontt.

      àLivros Recomendados:

  • Angus – As Cruzadas; de Paes Filho, Orlando.

  • A Caminho de Jerusalém – Série as Cruzadas – vol. 1; de Guillou,

  • Jean.

  • O Cavaleiro Templário – Série as Cruzadas – vol. 2; de Guillou, Jean.

  • O Novo Reino – Série as Cruzadas – vol. 3; de Guillou, Jean.

  • As Cruzadas vistas pelos Árabes; de Maalouf, Amin.

  • Cruzada em Jerusalém; de Holland, Cecelia.

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Guerras Napoleônicas

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 Das grandes guerras ocorridas na história, as guerras napoleônicas estão, entre as mais importantes, pois influenciaram o destino de muitos países, inclusive o Brasil. A conturbada relação entre os revolucionários franceses e as monarquias européias fez com que os reinos da Áustria e da Prússia, em 1792, criassem  uma aliança para reaver o trono da França, conhecida como primeira coalizão ou coligação. A resposta do Diretório, órgão máximo da república francesa veio, com a  organização inúmeras tropas para o combate, dentre elas uma enviada para a Itália comandada pelo jovem Napoleão Bonaparte, que com grande agilidade em seus movimentos alcançou inúmeras vitórias em Lodi, Castiglioni, Árcole e Rívole em 1797.

Com essas outras conquistas a primeira coalizão viu-se estraçalhada. Sobrava apenas a Inglaterra, que insistia sozinha em lutar contra a França. Com a intenção de arruinar o poder inglês no Oriente Médio, Napoleão planejou a conquista do Egito. Desembarcou no delta do Rio Nilo, derrotando os mamelucos que controlavam esta região na famosa batalha das Pirâmides, porém, logo após a invasão da cidade do Cairo, os franceses ficaram imobilizados, pois haviam perdido a sua esquadra na batalha naval de Abukir. Com a notícia da formação de uma nova coalizão, Bonaparte e seu exército viram-se forçados a retornar para a França.

O retorno das forças francesas foi o trunfo que levou a mais uma vitória sobre a aliança das monarquias européias. Esta deu a Napoleão Bonaparte,  recém nomeado cônsul pelo golpe 18 Brumário, uma grande fama entre as massas, levando em 1804 o Senado, em conjunto com um plebiscito, declará-lo imperador da  França. Os ideais da revolução francesa se expandiam por todoa o continente europeu, o que causava um desequilíbrio nas demais nações européias. A paz perdurou na Europa por mais alguns anos, até que se formou uma outra coalizão.

Realizando um contra-ataque, os franceses se dirigiram contra a Áustria. Após atravessar o rio Reno, o exército inimigo se rendeu, e com a sua entrada triunfante em Viena a França pôde comemorar uma de suas mais rápidas campanhas; os russos e austríacos foram derrotados logo depois, em Austerlitz. A Prússia promoveu pouco depois a quarta coalizão, que foi derrotada em Iena. Entrando em Berlim, Napoleão decretou o “Bloqueio Continental” para acabar com a economia inglesa. A Rússia, outrora aliada dos prussianos, passou para o lado francês.

Porém, nem todos os Estados europeus aceitaram o bloqueio. Um deles foi Portugal, antigo aliado da Inglaterra, que teve que transferir a sua corte real para o Brasil, devido à invasão das tropas do General Junot.

A Espanha aliou-se à França, fazendo a Inglaterra atacar as colônias espanholas na América e no Caribe, o que gerou uma crise interna. Vendo que sua aliada estava com grandes problemas, Napoleão derrubou o rei espanhol e colocou no lugar seu irmão José Bonaparte o que forçou o povo a voltar-se contra ao imperialismo francês gerando carnificina na Península Ibérica. Essa revolução inspirou as demais nações européias a rebelar-se contra o império napoleônico. 

O czar (imperador da Rússia) ficou encolerizado com Napoleão e para provocá-lo abriu seus portos aos ingleses, dando início a guerra. Bonaparte arregimentou mais de 500.000 homens, constituindo assim o famoso “Exército das 20 nações”. Os russos sempre evitaram grandes batalhas, por isso recuaram devastando plantações e cidades que poderiam dar abrigo às tropas inimigas. Vencedores em Moskova, os franceses  se apoderaram de Moscou, que foi parcialmente incendiada pelos próprios russos. Esperando pelo seu grande aliado, o “general inverno”, o czar atrasou as propostas de paz. O inverno veio. Napoleão optou pela retirada tarde demais, então expostos ao frio e à fome e perseguidos pela cavalaria russa, os soldados franceses pereciam aos milhares.

Após este desastre, os inimigos da França se uniram novamente em uma nova coalizão, e esta reuniu novo exército às pressas para tentar se defender. Os aliados foram vencidos em alguns conflitos, mas em Leipzig, na batalha das Nações, Napoleão sofreu uma irreparável derrota, que pôs em cheque o império francês. O fracasso em Leipzig foi tão evidente que os aliados entraram em Paris no ano de 1814. O Imperador ainda tentou abdicar em favor de seu filho, mas o senado já havia dado o trono a um irmão de Luís XVI, que recebeu o nome de Luís XVII.

Após fugir do exílio na ilha de Elba, Bonaparte foi aclamado pelos exércitos que iam prendê-lo. Em Paris, depôs Luís XVII e restabeleceu a ordem no  império; essa empreitada  durou cerca de cem dias. Reunidos no Congresso de Viena, os adversários o declararam fora da lei e estabeleceram uma ultima coalizão contra a França. Forçado a abdicar do trono, em 15 de julho de 1815, Napoleão invade a Bélgica com 124 mil soldados, dando início a batalha que selou o destino europeu: Waterloo.

O único trunfo do general Napoleão Bonaparte era de obter a vitória sobre os seus inimigos separadamente, antes que eles conseguissem se reunir. As tropas inimigas que ocupavam a área eram compostas por ingleses, prussianos, belgas, alemães e holandeses.

O objetivo de Napoleão era render os inimigos para forçar algum armistício. A tarefa não era fácil. O exército anglo-alemão contava com 93 mil homens, sob o comando do Duque de Wellington. Os prussianos tinham 117 mil homens, liderados pelo general Blücher. Para vencer os franceses deveriam atacar, mas devido ao fracasso do general Grouchy, eles foram atacados pela retaguarda, forçando a rendição da França. Sob custódia inglesa, o famoso e brilhante general Napoleão Bonaparte foi enviado a ilha de Santa Helena onde morreu, em 1821, dando fim a era napoleônica.

As guerras napoleônicas conseguiram difundir os ideais iluministas da revolução francesa, com o enfraquecimento das monarquias européias que após a Primeira Guerra Mundial seriam depostas dando lugar as repúblicas democráticas fundadas nesses ideais, que até então não tinham uma forte expressão no mundo, contribuindo assim, com muitas  as revoltas coloniais. Além disso, a derrota francesa ter definido a Inglaterra como potência naval, econômica e militar da idade moderna.

     

àLivros Recomendados:

  • Guerra e Paz.

  • O Vermelho e o Negro. 

à Filme Recomendado:

  • Guerra e Paz; de Leon Tolstói.

à Série Recomendada:

  • Construindo Um Império (Napoleão); do History Channel.

Published in: on th-03:0030-03:0009bsex, 07 set 2007 16:01:55 -03002007 09, 2007 at 09:11 -03:0009  Comments (42)  

1ª Guerra Mundial

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Em 1871, a Europa passa por dificuldades e conflitos internos, o grande desenvolvimento das maiores potências como Alemanha, França, Inglaterra e Rússia causam disputas pelo domínio do comércio, da obtenção de matérias-primas ao mercado consumidor; França e Alemanha não se entendiam desde guerras anteriores em que o território da Alsácia-Lorena foi conquistado dos franceses para o domínio alemão. A região dos Bálcãs era dominada pela Turquia, a qual agüentava rigidamente as revoltas da Bulgária, da Bósnia e Herzegovina  que gritavam por independência, ajudados pelos russos e austríacos derrotaram-na  e passaram à comando da Áustria.

A Alemanha, representada por Otto Von Bismarck (chanceler alemão de 1871 até 1890) construiu um sistema de aliados chamada Tríplice Aliança, constituíada pela a Alemanha, a Áustria e a Itália, onde juraram se unir em caso de ataque a um dos participantes desse esquema. O poder conseguido por essa aliança fez com que a Inglaterra se aproximasse da briga européia quando viu o  seu maior concorrente crescer tanto economicamente quanto militarmente, a Alemanha, que tinha interesse em ampliar seu poderio econômico e abastecer suas indústrias. Os britânicos buscaram apoio da França a qual aceitou os acordos para fazer uma aliança militar e “troca” de áreas de exploração na África os quais foram alvos de ataques alemães.

Ainda na busca, a Inglaterra conseguiu unir França e Rússia para a formação da famosa Tríplice Entente. Depois de consolidada, essa união causou certo equilíbrio no poder europeu, que entre tantos conflitos e idéias cruzadas ficou na iminência de uma tragédia, esse período de iminência de guerra ficou conhecido como “paz armada”. Então, o que todos esperavam finalmente aconteceu, o limite chegou ao fim e a Europa não agüentava mais. Foi iniciada assim, a Primeira Guerra Mundial.

As brigas nos Bálcãs cresciam causando intrigas maiores, e em 28 de junho de 1914, um estudante que era membro da organização “Jovem Bósnia” assassinou o herdeiro do trono austríaco, o arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa em Sarajevo, Bósnia. A Áustria, abalada pelo atentado, exigiu que a justiça fosse feita por intermédio de seu governo, porém os sérvios alegaram que seria um ataque à constituição deixar os inimigos dominarem as investigações, e em 28 de julho de 1914, Áustria declara guerra à Sérvia. As várias alianças aceleraram a entrada da Europa inteira na guerra, apenas Itália continuou neutra, e juntou-se à Tríplice Entente em 1915. Em pouco tempo, o mundo estaria voltado para a guerra.

O nacionalismo em todos os países da Europa justificava-se de várias formas e contagiava a todos, cartazes eram espalhados, a mídia sempre sensacionalista chamava a população para defender a dignidade da nação. O primeiro estágio de guerra destrutiva foi iniciado pelos alemães que com uma estratégia criada por Alfred Graf von Schlieffen, e mobilizava grande parte das tropas para atravessar a Bélgica e atacar os Franceses desprevenidos na fronteira das mesmas. Em compasso com a entrada dos alemães na Bélgica, os russos apanhavam na fronteira alemã.

As grandes perdas e fracos ataques deram início a outro tipo de estratégia militar, a guerra estática. As áreas em guerra eram tomadas por trincheiras, esse tipo de construção limitava o combate corporal, os que se arriscavam atravessar arames farpados, barreiras, campo minado, agüentar o cheiro de podridão e ainda passar tudo isso na mira de metralhadoras, morriam. Explosões no subterrâneo também eram difíceis, pois o risco de não conseguir sair do túnel antes de uma granada ser detonada era grande.

O avanço da tecnologia bélica acabou com o estilo das trincheiras, tanques de guerras e caças desenvolvidos conseguiam acertar qualquer alvo. Neste ponto da história, os E.U.A. definiram o lado pelo qual brigar, a Tríplice Entente, que perdeu a Rússia para os inimigos. Mesmo com ajuda russa e austríaca, os alemães perderam muitos combates, assim, sacramentava-se a derrota da Alemanha, o rei caiu do trono o que trouxe conseqüências enormes para esta potência.

No período pós-guerra a Alemanha sofreu um grande abalo na sua estrutura. Territórios foram tomados pelos ganhadores da guerra, que também exigiram suporte financeiro pelos gastos no período de guerra e fim do poder bélico alemão, um acordo assinado em Versalhes minimizou a força dos alemães. Como conseqüências para o mundo contemporâneo, temos o avanço da tecnologia militar e também a nova política adotada a pedido do presidente norte-americano a qual determinava que os mares não pertencessem a nenhum país, ou seja, seria uma zona livre e de domínio de todos, mais uma importante criação pós-guerra foi a Sociedade das Nações. Assim acabou a 1ª Guerra Mundial, também conhecida como Grande Guerra. Mais tarde, Alemanha tentaria um novo combate.

 

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àFilme Recomendado:

  • Asas; de William A. Wellman.

Published in: on th-03:0030-03:0009bsex, 07 set 2007 15:59:36 -03002007 09, 2007 at 09:11 -03:0009  Comments (34)  

2ª Guerra Mundial

20061207-conquista1.jpgHitler 

Após o fim da Primeira Guerra Mundial, a Europa se recuperava das grandes perdas causadas por esse conflito. A Alemanha passava por uma grave crise inflacionária agravada pelas pesadas indenizações que tinha a pagar aos vencedores, de acordo com o Tratado de Versalhes, e pela crise econômica global, o que causava grande insatisfação ao povo alemão. A Itália também não vinha passando por bons momentos, e ademais não havia conseguido os territórios que esperava com o término da Grande Guerra. Por sua vez, a Sociedade das Nações, criada para garantir a paz, não conseguiu cumprir seus desígnios. Esses fatores proporcionaram o surgimento e o fortalecimento de movimentos totalitários e expansionistas, com forte apelo nacionalista nestes países: o regime fascista italiano de Benito Mussolini e o governo nazista alemão de Adolf Hitler. Todos esses acontecimentos desencadearam um dos maiores conflitos da história: a 2ª Guerra Mundial.

A Segunda Guerra Mundial teve início quando as forças alemãs invadiram a Polônia em 1939. Nos anos anteriores, Hitler já havia começado a retomada da produção bélica e a ocupação e anexação de territórios, como a Áustria, porém, só com a tomada do território polonês, Inglaterra e França deixaram a política de apaziguamento e declararam guerra a Alemanha. Pela política de alianças militares da época formaram-se dois grandes blocos militares: o Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão, e Aliados, cujos principais integrantes eram Inglaterra, França e União Soviética. Em 1940, de maneira semelhante como ocorreu na Primeira Guerra Mundial, o exército nazista invade os Paises Baixos e a Bélgica a fim de atacar a França contornando a fronteira franco-alemã, fortemente protegida. Devido a suas táticas militares, que consistiam na agilidade na movimentação com blindados e em investidas áreas (conhecida como Blitzkrieg ou guerra-relâmpago) as tropas alemãs venceram as anglo-francesas e tomaram Paris, dividindo o território francês em dois. Com a França derrotada, Hitler voltou seu poderio bélico contra a Inglaterra; ao mesmo tempo em que minava suas fontes de suprimentos, a Alemanha praticava violentos ataques aéreos em Londres e em bases inglesas, porém, devido à resistência britânica e seus poderosos radares, a invasão foi impedida. Enquanto isso, as tropas fascistas italianas atacaram territórios no Egito pertencentes à Grã-Bretanha para dominar suas reservas petrolíferas e controlar a região, e mesmo sendo ajudados pelas forças alemãs (Afrika Korps) comandadas pelo lendário general Rommel, elas não conseguiram vencer o exército inglês local.

Após a conquista de várias áreas nos Bálcãs, o próximo passo de Hitler foi a investida contra a União Soviética. O exército do Eixo, composto por soldados italianos, alemães, finlandeses, romenos e húngaros, dividiu-se em três frentes de avanço. Auxiliados pela fácil capacidade de transposição do território, conquistaram várias cidades vitimando milhões de civis, mas a inesperada resistência russa e a chegada do rigoroso inverno possibilitaram o contra-ataque soviético que com armas de melhor qualidade cercaram as tropas alemãs, forçando sua rendição, e reconquistaram grandes extensões nos Bálcãs. Ao mesmo tempo, como desculpa o ataque do Japão a base americana de Pearl Harbor, os Estados Unidos entram na guerra. Esse fator foi muito importante para diversas vitórias dos Aliados, como o triunfo na batalha da Normandia na qual, com ajuda de divisões canadenses e inglesas, os americanos derrotaram as tropas alemãs, episódio que ficou conhecido como o Dia D. A participação dos Estados Unidos foi vista também na invasão a Itália em 1943, quando Mussolini foi deposto e morto. Com a perda de seu maior aliado e as derrotas subseqüentes, a Alemanha viu-se cercada. O governo nazista até tentou um contra-ofensiva na Bélgica, obtendo certo êxito no início, porém suas tropas acabaram sendo rechaçadas. Berlim foi sitiada pelo exército soviético em 1945, e Hitler fugiu para seu esconderijo subterrâneo (bunker), onde se suicidou.

A única potência restante do Eixo foi o Japão. Os termos do acordo de rendição desse país ainda estavam sendo discutidos com os Aliados quando o presidente americano Harry Truman, decidido a acabar com a guerra, autorizou o lançamento de duas bombas nucleares nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Com esta demonstração do poder inimigo o Japão se rendeu, dando fim a Segunda Guerra Mundial.

A 2ª Guerra Mundial trouxe o fim da supremacia da Europa como potência mundial, especialmente da Inglaterra e da França, ao mesmo tempo em que trouxe à tona duas novas potências do mundo pós-guerra: os E.U.A. e a União Soviética, que se confrontariam várias vezes, mesmo  de maneira indireta, no período que ficou conhecido como Guerra Fria. Além disso, devido a esse conflito mundial e vendo-se a ineficiência da Sociedade das Nações, foi criada a ONU, órgão de grande importância global atualmente.

 

à Filmes Recomendados:

  • Inferno nº17; de Billy Wilder.

  • Pearl Harbor; de Michael Bay.

  • Cartas de Iwo Jima; de Clint Eastwood.

  • A Conquista da Honra; de Clint Eastwood.

  • A Queda! Os Últimos Momentos de Hitler; de Oliver Hirschbiegel.

  • O Grande Ditador; de Charles Chaplin.

  • A Lista de Schindler; de Steven Spielberg.

  • Casablanca; de Michael Curtiz.

  • Além da Linha Vermelha; de Terrence Malick.

  • O Resgate do Soldado Ryan; de Steven Spielberg.

à Livros Recomendados:

  • Matadouro 5; de Vonnegut, Kurt.

  • 1984; de Orwell, George.

  • Era dos Extremos; de Hobsbown, Eric.

à Série Recomendada:

  • Band of Brothers; de Steven Spielberg e Tom Hanks.

Published in: on th-03:0030-03:0009bsex, 07 set 2007 15:58:47 -03002007 09, 2007 at 09:11 -03:0009  Comments (28)  

Conclusão

Todos esses confrontos tiveram razões, momentos e conseqüências que hoje ficam na história do mundo, registrados nos livros, nas revistas, nas fotos e nos filmes. Razões que variam muito, de religião à hegemonia, verdadeiras ou supostamente inventadas. Momentos que desde os primórdios da humanidade aterrorizam uma nação, tempos de suspense e períodos pré-guerra em que todo cuidado é pouco para não dar razão para uma invasão ou uma briga direta. E conseqüências que marcam a população até hoje e que mostram que toda guerra é perigosa e devastadora para qualquer país nela envolvida. Percebemos então que as guerras em si são métodos de se conseguir um determinado objetivo, usando a força bruta e a superioridade que um grupo tem em relação a outro para conseguir riquezas, territórios e poder. Fruto do individualismo e das diferenças sociais, os combates definiram o território, criando fronteiras entre os seres humanos e modelando as áreas onde cada grupo governa. O que muda em todos esses anos de guerras, são as armas utilizadas para destruição do inimigo, e o que não muda, é o sentimento de egoísmo que aflora nesses grupos de pessoas que não sabem as conseqüências de seus atos.

 

 

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